Description
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Descrição das pranchas segundo o autor:
LANDSCHAFTEN AUS BRASILIEN – PAISAGENS DO BRASIL
1 Abthl – Taf 1 Praya Rodriguez, bey Rio-Janeiro:
Panorama da Praia Rodrigues.
1 Abthl – Taf 2 SCHIFFAHRT AUF ENINEM LEITENARM DÊS RIO DOCE – CRUZAMENTO DO AFLUENTE DO RIO DOCE;
1 Abthl – Taf 3 EIN URNVALD BEY MANQUERITIPA, in der Provinz Rio de Janeiro – MATA VIRGEM PERTO DE MANGARATIBA:
Vista da floresta virgem de Mangaratiba.
1 Abthl – Taf 4 SERRA – OURO – BRANCO, in der Provinz Minas Geräes:
Vista da Serra de Ouro Branco.
1 Abthl – Taf 5 ANSICHT VON RIO-JANEIRO – VISTA DO RIO DE JANEIRO:
Vista do Rio de Janeiro pela baía.
1 Abthl – Taf 6 ANSICHT DÊS BERGES CORCOVADO UND DER VORSTADT CATETE – VISTA DO CORCOVADO E DO ARRABALDE DO CATETE:
Vista tomada da colina de Nossa Senhora da Glória, mas do lado oposto, isto é, para o sul, para o bairro do Catete, que passa à esquerda, por trás do morro do Flamengo, para atingir a praia de Botafogo.
1 Abthl – Taf 7 BOTA-FOGO:
À esquerda, o Pão de Açúcar põe fim à série de rochedos que cerca Botafogo.
1 Abthl – Taf 8 WASSERFALL VON TIJUCCA – CASCATA DA TIJUCA:
As cascatas da tijuca constituem um dos panoramas mais pitorescos das cercanias do Rio de Janeiro.
1 Abthl – Taf 9 MANDIOCCA:
Fazenda Mandioca, a estrada que vai de Porto da Estrela a Minas passa diante de belas plantações, atrás das quais se percebem ao longo as pontas angulosas da Serra dos Órgãos.
1 Abthl – Taf 10 SERRA DOS ORGAOS:
Para o transporte comum das mercadorias, cinquenta ou sessenta bestas constituem o que se chama uma tropa.
PORTRÄTE und TRACHTEN der INDIER – RETRATOS E VESTIMENTAS INDÍGENAS:
2 Abthl – Taf 1 INDISCHE FAMILIE AUF DER REISE, Botocudos – FAMÍLIA DE ÍNDIOS BOTOCUDOS;
2 Abthl – Taf 2 INDISCHE FAMILIE, Botocudos – FAMÍLIA INDÍGENA, Botocudos:
É justo conceber o primeiro lugar, nestes quadros, ao habitante primitivo, embora tenha ele sido rechaçado para as camadas inferiores da sociedade.
2 Abthl – Taf 3 BOTOCUDOS;
2 Abthl – Taf 4 MACHACALI E MACHACALI;
2 Abthl – Taf 5 PURIS;
2 Abthl – Taf 6 COROADOS E COROPOS
Podem-se distinguir hoje, na costa oriental do Brasil, as tribos indígenas dos Botocudos, Puris, Coroados, Coropós, Machacaris, Macuonis, Penhanis, Capoxós, Pataoxós, Camacãs, etc.
SITTEN und GEBRAEUCHE DER INDIER – COSTUMES DOS ÍNDIOS
3 Abthl – Taf 1 EUROPÄSCHE REISENDE BEGEGNEN DEN INDIANERN – ENCONTRO DE ÍNDIOS COM VIAJANTES EUROPEUS:
O viajante, satisfeita a sua primeira curiosidade, vê-se forçado a confessar que o homem em estado de natureza está longe de agradar a vista e o pensamento.
3 Abthl – Taf 2 INDIER IN IHRER HÜTTE – ÍNDIOS EM SUAS CABANAS:
As habitações dos índios são construídas de grandes folhas da palmeira Airí; faz-se com elas uma cerca redonda ou oval, plantando-as no chão de maneira a que sua própria inflexão as puxe para dentro e forme um teto com suas palmas cruzadas.
3 Abthl – Taf 3 ALDEA VON TAPUYAS – ALDEIA DE TAPUIOS:
A fim de prover por todos os meios possíveis ao bem-estar físico e moral dos selvagens, punham-se à frente das aldeias um diretor e um eclesiástico. Não cabe aqui pormenorizar o destino da maioria desses estabelecimentos. Mas é certo que diretores e eclesiásticos desviaram, muitas vezes, as importâncias que lhe eram confiadas e, assim, os índios se viam, pouco a pouco, levados para um estado em que quase nada diferia do de escravidão.
3 Abthl – Taf 4 INDIER AUF DER TIGER – IAGD – CAÇADA DE ONÇA:
O arco e a flecha são as armas principais dos índios. São muito mais compridas do que as de outros selvagens, embora a maior parte dos índios da América Meridional use também arcos e flechas muito compridos.
3 Abthl – Taf 5 INDISCHE ITRICK – BRÜCKE – PONTE DE CIPÓ:
Cabe às mulheres preparar os petiscos e cuidar das necessidades domésticas. Elas constroem as cabanas, carregam a caça e acendem o fogo o qual, como entre a maioria dos selvagens, é feito esfregando-se uma na outra duas espécies de madeiras.
3 Abthl – Taf 6 INDISCHER CANOT – CANOA DE ÍNDIO:
As canoas dos índios são feitas de troncos escavados, às vezes com o comprimento de vinte pés; não têm velas, e eles empregam, para manobrá-las, curtos remos.
3 Abthl – Taf 7 TANZ DER PURIS – DANÇA DOS PURIS:
Após uma boa caça ou um combate feliz, ou menos quando os índios se preparam para uma expedição desse gênero, em todas as circunstâncias, enfim, que os reúnem em grande número, verifica-se entre eles algo semelhante a uma festa.
3 Abthl – Taf 8 GUERILLAS – GUERRILHAS:
Como única medida de segurança contra ataques indígenas, limita-se o governo a instalar, nos lugares mais expostos do país ou naqueles que a estrada atravessa a floresta, quartéis ou presídios. Procura-se, de preferência, surpreendê-los nos acampamentos e, quando descobertos, são cercados durante a noite e, ao clarear o dia, faz-se fogo de todos os lados contra os índios ainda adormecidos.
3 Abthl – Taf 9 BEGRÄBNIS EINES INDIANERS – ENTERRO:
O enterro dos mortos dá lugar a uma espécie de cerimônia fúnebre. As mulheres berram lamentavelmente; em certas tribos os mortos são enterrados sentados e suas armas colocadas no seu túmulo.
3 Abthl – Taf 10 INDIER IN EINER PFLANZUNG – ÍNDIOS NUMA FAZENDA:
Tentativas do governo em civilizar os índios; levado a efeito prudentemente e por etapas, conviria arrancá-los, pouco a pouco, à existência errante dos caçadores e acostumá-los às habitações fixas e à agricultura.
PORTRÄTE UND TRACHTEN der NEGER – RETRATOS E FIGURINOS DOS NEGROS:
4 Abthl – Taf 1 NEGER U NEGERIN IN EINER PFLANZUNG – NEGRO E NEGRA EM UMA FAZENDA;
4 Abthl – Taf 2 NEGERINEN VON RIO-JANEIRO – NEGRAS DO RIO DE JANEIRO;
4 Abthl – Taf 3 NEGER u. NEGERIN AUS BAHIA – NEGRO E NEGRA DA BAHIA
A raça africana constitui uma parte tão grande da população dos países da América, e principalmente do Brasil, um elemento tão essencial da vida civil e das relações sociais, que não teremos sem dúvida necessidade de desculpar-nos se, embora conservando as necessárias proporções, consagrarmos usos e seus costumes. Compreende-se ainda melhor que assim o façamos escrevendo uma viagem pitoresca. Em primeiro lugar, a cor dos negros apresenta-se, de início, como um traço característico digno de destaque na imagem do país; em segundo lugar, os hábitos e o caráter particular dos negros oferecem também, a despeito da cor e da fisionomia, lados realmente dignos de serem observados e descritos. Entretanto, se alguém julgar que, em semelhante viagem, dois cadernos de figuras de pretos são demais, queira considerar que o único lugar da terra em que é possível fazer semelhante escolha de fisionomia, de características, entre as diferentes tribos de negros, é talvez o Brasil, principalmente o Rio de Janeiro; é, em todo caso, o lugar mais favorável a essas observações.
4 Abthl – Taf 4 MINA, REBOLLA, QUILOA E CABINDA;
4 Abthl – Taf 5 CONGO E BENGUELA
As raças a que pertence à maioria dos negros importados no Brasil denominam-se Angola, Congo, Rebolo, Angico e Mina, provenientes da costa ocidental da África, e Moçambique, da costa oriental. Distinguem-se elas, como se pode ver pelas cabeças de negros que aparecem aqui, tanto pelas tatuagens no rosto como pelas diferenças muito marcadas da fisionomia. Distinguem-se também pelas variedades de seus temperamentos e caráter, que, na opinião pública, estabeleceram para tal ou qual raça a reputação de melhor ou pior.
LEBEN und GEBRÜRHC DER NEGER – VIDA E COSTUMES DOS NEGROS
5 Abthl – Taf 1 NEGERSKLAVEN – AUFENTHALT IM SCHIFFSRAUM – NEGROS NO PORÃO DO NAVIO:
É, sem dúvida, durante o trajeto da África para a América, que a situação dos negros se revela mais horrível. O artista só pode representar semelhantes cenas suavizando-lhes quanto possível à expressão.
Esses infelizes são amontoados num compartimento cuja altura raramente ultrapassa cinco pés. Esse cárcere ocupa todo o comprimento e a largura do porão do navio; aí são eles reunidos em números de duzentos a trezentos, de modo que para cada homem adulto se reserva apenas um espaço de 5 pés cúbicos.
5 Abthl – Taf 2 AUSSCHIFFUNG DER NEGERSKLAVEN – DESEMBARQUE:
Logo que o negociante obtém licença para desembarcar seus escravos, são eles colocados perto da alfândega, donde são registrados depois do pagamento dos direitos de entrada.
5 Abthl – Taf 3 NEGERSKLAVEN – MARKT IN RIO DE JANEIRO – MERCADO DE ESCRAVOS:
Da alfândega são os negros conduzidos para os mercados, verdadeiras cocheiras; aí ficam até encontrar comprador.
5 Abthl – Taf 4 NEGERSKLAVEN – TRANSPORT VON DEM MARKT NACH DER PFLANZUNG – TRANSPORTE DE UMA LEVA DE NEGROS:
O primeiro cuidado do comprador é o de arranjar, para o seu novo escravo, algumas roupas que lhe agradem. Procura-se também, durante o trajeto do mercado à fazenda, manter os escravos de bom humor, tratando-os e alimentando-os bem. Muitas vezes vê-se chegar ao rancho o colono com o escravo cansado na garupa ou conduzido pela rédea do cavalo que o carrega. Ao chegar à fazenda, confia-se o escravo aos cuidados de outro mais velho e já batizado.
5 Abthl – Taf 5 WOHNUNG DER NEGER – HABITAÇÃO DE NEGROS:
No domingo ou dias de festas, tão numerosos que absorvem mais de cem dias do ano, os escravos são dispensados de trabalhar para os seus senhores e podem descansar ou trabalhar para si próprios. Em cada fazenda existe um pedaço de terra que lhes é entregue, cuja extensão varia de acordo com o número de escravos, cada um dos quais o cultiva como quer ou pode. Como quer que seja, as cabanas dos escravos contêm mais ou menos tudo o que nesse clima pode ser considerado necessário. Por outro lado eles possuem galinhas, porcos, às vezes um cavalo ou besta, que alugam com vantagens, pois a alimentação pouco lhes custa.
5 Abthl – Taf 6 ZUBEREITUNG DER MENDIOCCA = WURZEL – PREPARAÇÃO DA RAIZ DE MANDIOCA:
Na maioria das fazendas, em vez de fazê-los trabalhar nos campos de cinco a sete horas, empregam-nos a juntar forragem para os cavalos ou procurar palmitos nas florestas vizinhas ou ainda lenhar. Também acontece, ao voltarem dos campos, fazê-los moer farinha de mandioca durante duas horas.
5 Abthl – Taf 7 EINSAMMELN DES CAFFEE – COLHEITA DE CAFÉ:
As diversas épocas dos trabalhos agrícolas acarretam várias modificações no horário comum do dia.
5 Abthl – Taf 8 ZUCKER – MÜHLE – ENGENHO DE AÇÚCAR:
Durante a corte da cana, o trabalho dura noite e dia, e os negros se revezam por grupos como os marinheiros nos navios.
5 Abthl – Taf 9 HÄUSLICHE ZÜCHTIGUNG DER NEGER – CASTIGOS DOMÉSTICOS:
Na maioria das fazendas, os delitos graves são punidos com chicote; para as faltas menores usa-se a palmatória.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:
RUGENDAS, João Maurício. Viagem Pitoresca através do Brasil. Tradução de Sérgio Milliet. 3. ed. São Paulo: Livraria Martins, 1941. 205 p.
TOCHTROP, Leonardo. Dicionário Alemão-Português. Porto Alegre: Editora Globo, 1943.
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Johann Moritz Rugendas nasceu em Augsburgo, Alemanha, em março de 1802. Cresceu em uma família de pintores e artistas. Formou-se e tornou-se membro da Academia de Artes de Munique, na qual se especializou na arte do desenho. Admirava os feitos de seus compatriotas em expedições através do mundo, como a realizada por Spix e Martius no Brasil, em 1817.
A oportunidade de realização de uma viagem expedicionária surgiu em 1821, com o convite do barão de Langsdorff, diplomata russo, que tinha como finalidade a vinda para o Brasil, para a retratação das paisagens e peculiaridades encontradas no ainda estranho “Novo Mundo”. Rugendas seguiu com a expedição como pintor paisagista contratado, chegando ao Brasil em 1822. Logo após sua chegada ao país, deixa a expedição e realiza uma viagem pelo território brasileiro, retratando as paisagens, os índios, a vida dos colonos, a escravidão e a vida cotidiana nas cidades.
O autor reuniu parte dos desenhos que retratou durante sua viagem e publicou a obra “Voyage Pittoresque Dans Le Brésil” em 1835, com litografias de Engelmann e Cia. e tradução de Philippe de Golbéry. O livro reúne 100 pranchas sobre a viagem ao Brasil, além de conter os textos explicativos. Também foi publicada uma edição na Suíça, com parte do conteúdo da obra original, contendo 40 pranchas e os textos explicativos. A obra de título “Das Merkwurdigste Aus der Malerischen” foi publicada em 1836, com litografias de J. Brodtmann e cinco divisões das pranchas com os temas paisagens do Brasil, retratos e vestimentas indígenas, maneiras e costumes indígenas, retratos e figurinos dos negros e vida e costumes dos negros. O livro aqui apresentado refere-se à edição Suíça de 1836.
Páginas com carimbo da Biblioteca do Museu Imperial:
Página de rosto, páginas 13 e [52] e [53]. Título "Portrate Und Trachten Der Indier", título "Sitten Und Gebraeuche Der Indier", título "Portrate Und Trachten Der Neger", título " Lebben Und Gebräuchr Der Neger", todas as pranchas das cinco divisões, exceto 1 Abthl - Taf 4 e 8, 2 Abthl - Taf 2, 3 e 4, além do verso da prancha 5 Abthl - Taf 9.
Carimbo da Biblioteca do Museu Imperial com número de tombo no verso da página de rosto.
Observação:
Assinatura a caneta no canto superior, à direita da página de rosto.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:
RUGENDAS, João Maurício. Viagem Pitoresca através do Brasil. Tradução de Sérgio Milliet. 3. ed. São Paulo: Livraria Martins, 1941. 205 p.
TOCHTROP, Leonardo. Dicionário Alemão-Português. Porto Alegre: Editora Globo, 1943.