Description
:
Berlinda pintada de verde-escuro. Possui filete amarelo nos ornatos em relevo da boleia e da parte inferior da caixa; duas portinholas (uma de cada lado); duas estribeiras para facilitar o acesso ao interior da viatura; quatro fechos de molas (dois na frente e dois atrás); duas lanternas nos ângulos da frente da caixa e do tejadilho de couro pintado também de verde. Internamente, apresenta-se sem forro ou estofado.
xmlui.dri2xhtml.METS-1.0.item-description-notes
A berlinda surge por volta de 1660, criada pelo piemontês Filippo di Chiesi, em Berlim (então capital da Prússia), de onde lhe vem o nome. Possui quatro rodas, sendo as duas da frente menores, o que facilita o seu manejo. Caixa fechada, com base curva, suspensa por correame preso a molas de metal em forma de C, o que atenuava a trepidação das rodas. Portas laterais. Duas lanças interligam o eixo dianteiro ao traseiro. Usualmente atrelada a dois ou quatro cavalos. A frente da caixa possui assento para cocheiro. Inicialmente, viatura urbana para duas pessoas. Sofre inúmeras modificações aumentando o seu espaço para quatro ou seis pessoas e passa a ser usada em longas viagens; torna-se viatura de corte e de cerimônias de aparato, quando aparece, atrás da caixa, uma plataforma para dois criados e é luxuosamente decorada e provida de vidraças para que seus ocupantes pudessem ser facilmente vistos de fora.
José Tavares Guerra nasceu no Rio de Janeiro, em 1861 e morreu em Petrópolis, em 1907. Era o filho mais moço do comendador Luiz Tavares Guerra, próspero exportador de café. Seu padrinho de batismo foi Irineu Evangelista de Sousa, o barão de Mauá. Por sugestão do barão, José foi enviado, aos 13 anos de idade, à Inglaterra, para ingressar no Lord College, em Londres. Formou-se em finanças e retornou ao Brasil dez anos após, quando idealizou o projeto daquela que seria sua mansão, na avenida Ipiranga (na época rua Joinville), em estilo vitoriano com uma fachada assimétrica, sendo por isso também conhecida como Casa dos Sete Erros. A casa construída pelo engenheiro alemão Karl Spangenberg foi erguida entre 1879 e 1884. Nas obras foi utilizada mão de obra de imigrantes alemães em lugar da escrava. Foi ainda a primeira residência em Petrópolis a empregar luz elétrica, em 1896. A casa está entre as cinco mansões particulares do século XIX preservadas em estado original no Brasil. Seu jardim ainda possui traçado original criado pelo francês Auguste François Marie Glaziou, botânico e paisagista da Casa Imperial brasileira.