Description
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Medalha de bronze em homenagem a Mariano Procópio Ferreira Lage. O campo do anverso é constituído por dois círculos com os bustos do homenageado e de sua esposa. Entre eles, uma figura alada. As orlas possuem legendas. No canto inferior direito, a assinatura do gravador. O campo do reverso é constituído pelo prédio de sua casa sobre uma inscrição.
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Mariano Procópio Ferreira Lage nasceu em Barbacena, Minas Gerais, no dia 23 de junho de 1821 e faleceu no dia 14 de fevereiro de 1872, aos 51 anos de idade. Desde criança, manifestou interesse pelas ciências e pelas novas tecnologias. Com o apoio do pai, Mariano José Ferreira Armond, viajou à Europa para complementar seus primeiros estudos. Viajou, também, aos Estados Unidos da América, onde conheceu o processo de pavimentação do leito de estradas e o sistema de cobrança de pedágios, interessando-se também por ferrovias. De volta ao Brasil, idealiza e constrói a Estrada de Rodagem União e Indústria, ligando Rio de Janeiro a Minas Gerais. A nova estrada buscou impulsionar as atividades econômicas das duas regiões e, conseqüentemente, do próprio Império.
A inauguração da rota foi feita pelo próprio Dom Pedro II e, por conta disso, Mariano Procópio mandou construir um prédio que o abrigasse em sua passagem por Juiz de Fora. Foi escolhido um terreno no centro da cidade. Entretanto a construção da Villa Ferreira Lage não ficou pronta no tempo esperado e dom Pedro II acabou se hospedando na própria cãs do amigo.
Mariano Procópio incentivou a vinda de imigrantes para a construção da estrada União e Indústria, criando colônias de alemães e italianos em Juiz de Fora. Foi fundador da Escola Agrícola União e Indústria, fazendeiro, diretor da Estrada de Ferro D. Pedro II, presidente do Jockey Club Brasileiro e integrante da delegação brasileira à Exposição Universal de Paris, em 1867. Recebeu de D. Pedro II o título de barão que transferiu à sua mãe, Dona Maria José Ferreira Lage. A casa do comendador recebeu a primeira linha telefônica interestadual do Brasil, vinda justamente do palácio de verão da monarquia, atual Museu Imperial de Petrópolis, no final do século XIX.
A Vila Ferreira Lage foi deixada como herança para seus filhos Frederico e Alfredo Ferreira Lage. O primeiro deles morreu repentinamente aos 39 anos de idade, ficando por conta de a administração do patrimônio herdado. Ele sempre demonstrou grande afeição por coleções e, logo teve a idéia de abrigar as suas no prédio da Villa. Como suas coleções estavam em franca expansão, foi preciso construir um prédio anexo ao castelo original para dar conta de abrigar tudo que possuía. O projeto desse prédio foi feito pelo escultor Rodlofo Bernardelli. Alfredo Ferreira Lage promoveu a inauguração do Museu Mariano Procópio no dia 23 de junho de 1921, data em que celebrava o centenário de nascimento de seu pai. O museu recebeu no mesmo ano a visita da Princesa Isabel e do Conde D’Eu, que haviam recém recebido o direito de tornar ao Brasil. Mas só foi aberto ao público em 13 de maio de 1922.
Alfredo Ferreira Lage não teve filhos e foi doando gradativamente os seus bens à administração pública. Em 1934, a primeira parcela a ser doada foi o Parque Mariano Procópio. Ainda no mesmo ano, o proprietário fez uma escritura doando todo o museu e o terreno em torno para a prefeitura. No documento, Alfredo determinava como condição de doação a manutenção perpétua dos fins culturais e do nome Mariano Procópio, imortalizando a homenagem a seu pai.
O Museu Mariano Procópio conta com um acervo muito característico do século XIX e início do século XX. É de destaque a coleção sobre o período imperial, mas também é rico em esculturas, quadros, peças de história natural, armas, indumentárias, joias, moedas, medalhas, mobiliário, cristais, louças, porcelanas, peças sacras e documentos históricos. Além disso, conta com um grande terreno arborizado com um lago, bosque e espaço recreativo.