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A 176,5 cm x L 127,0 cm x C 170,0 cm
Description
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Caixa de carruagem envidraçada no estilo Luís XVI, com assentos para quatro pessoas. A caixa apresenta formato retangular, sendo feita de madeira dourada abaulada na parte inferior. É dividida em quatro partes; na parte posterior há um painel em cada uma das duas laterais. O tejadilho é feito de couro, com galeria de metal dourado decorado com motivos fitomorfos vazados que se repetem nas quinas da caixa bem como nos caixilhos das vidraças e na parte posterior forrada de couro. A caixa possui oito painéis localizados nos externos anterior e posterior, com cercadura interrompida por reserva azul circulada de coroa de flores e sigla “P I” no campo e no centro do painel, que apresenta as Armas do Império do Brasil entre vergônteas e guirlandas, possuindo essa mesma decoração nas portas. Nos laterais extremos, de ambos os lados, possui a mesma cercadura, porém sem reserva e cornucópia cheia de flores no centro. Há sete vidraças, estando duas nas portinholas, uma na parte anterior e duas nos postigos laterais. As portinholas possuem duas dobradiças e duas maçanetas elípticas feitas de bronze dourado. Há, ainda, quatro apliques laterais extremos com passadores de bronze dourado. Os dois apêndices existentes são cordiformes, de madeira dourada, na parte inferior da caixa. O tejadilho e a caixa são forrados de veludo cor-de-rosa, bordados a fio de ouro com motivos florais estilizados. As bambinelas de cetim cor-de-rosa são debruadas de galão e franjas de ouro. Os assentos e as almofadas são forrados de couro carmesim. Pendente do tejadilho há um galão de passamanaria com borla. Faltam o jogo e o rodado.
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SANTOS, Noronha. Meios de transporte. Rio de Janeiro, 1934.
Possivelmente, foi pintada e decorada por Manuel da Costa, pintor da Casa Real, e reformada pelo artista Francisco Pedro do Amaral. Quando da assinatura da Carta Régia de 1815, que elevou o Brasil à condição de Reino Unido de Portugal e Algarves, chegou ao país grande quantidade de carruagens destinadas às festas em regozijo por esse acontecimento. Entre as carruagens, contavam-se aquelas que haviam sido encomendadas à Casa Martin, em Paris, e que haviam figurado na coroação de d. João V em 1706. Retocadas pelo pintor da Casa Real, figuraram em várias efemérides, tais como o casamento de d. Pedro de Alcântara, em 1817, e a aclamação de d. João VI e d. Pedro I. Araujo Viana calcula em torno de quarenta o número dos coches que chegaram ao Brasil nesse período; eles eram primorosamente pintados, possuindo belos bordados, sendo estofados e ornamentados por folhas, flores, símbolos e outras figuras alegóricas, guarnecendo os lados posteriores e jogos anteriores. Alguns possuíam nas janelas vidraças da Boêmia. Algumas carruagens, após 1822, foram restauradas e decoradas com as cores nacionais e outros atributos imperiais, sendo os desenhos de autoria do pintor Jean Baptiste Debret. Por ocasião das festas de segundas núpcias de d. Pedro I com d. Amélia de Leuchtenberg em 1829, foram completamente restauradas algumas dessas carruagens, tendo-se incumbido dos trabalhos de decoração o pintor-chefe das decorações da Casa Imperial, Francisco Pedro do Amaral. A caixa de carruagem, cujos dados estão sendo apresentados nesta ficha, apresenta grande analogia com a pintada na aquarela de Pallière em 1848, em que é representada a chegada da segunda imperatriz do Brasil. No catálogo de Francisco Pedro do Amaral, a aquarela que mais lembra a mencionada carruagem é a denominada "Coche de respeito de S. A. Imperial", sob o nº 4.
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COSTA, Manuel da
AMARAL, Francisco Pedro do, 1790-1831